No início desta semana, encontrei uma amiga que há muito não a via. Tanto ela como o esposo, me conheceram pregando na sala de aula. Aliás, esta é uma história mui longa.
Após ficar decepcionado para com a religião que recebi da minha família, resolvi me tornar Ateu. Naquele período eu ia ao colégio para debater e confrontar a professora de religião, ela ficava trêmula, sem respaldo algum e indignada comigo. Alguém aí conhece algum aluno que ficou em recuperação em religião? Agora já conhecem.
Anos se passaram e eu mesmo resolvi confrontar o meu “ateísmo”, na verdade era um atoa, descobri que não existe ateu e sim, anti-evangelho, pois aceitava a tudo, menos o evangelho, pois bem lá dentro, todo o espírito sabe que o EVANGELHO, é a palavra da vida, ela mexe com o ser e o incomoda, por isso tanta resistência.
Dois anos depois eu retornei ao colégio, desta vez estava com a fé em alta, pregando a todos os instantes e momentos, entregando folhetos, fazendo discípulos..., que contradição! Novamente me vi em atrito com a professora de RELIGIÃO (não era a mesma), esta era adepta da Seicho-No-Ie, uma seita japonesa. De início não quis me pronunciar, mas algo fervente cresceu tanto dentro de mim, que quando vi, estava em pé pregando. Foi um ano de embates e debates, meu Deus...
Alguns achavam que eu estava doido. Algumas alunas vinham me testar para saberem se verdadeiramente eu havia abraçado a fé, nem quero descrever as provas. Eu era o espetáculo do segundo ano de contabilidade noturno do Colégio Estadual, mas preguei, não vi resultados visíveis, mas preguei.
Na ultima unidade a professora de religião pediu um trabalho dizendo que todos os caminhos levavam a Deus; lembro que recortei um folheto que falava sobre Cristo, único mediador entre Deus e os homens, colei em um cartaz e entreguei a ela; ela me deu nota mínima dizendo que não foi bem aquilo que ela havia me pedido; tudo bem. Fui até a diretoria, na sala do professor Hamilton e pedi para colocar aquele cartaz no mural, como era tido como um dos melhores alunos e de melhores notas, não encontrei objeção.
Acontece que as outras salas ainda haviam de entregar o trabalho e ninguém ainda havia feito, ao verem o meu cartaz no mural, acharam que se estava ali, era por que tinha sido o melhor dos trabalhos; quando passei no intervalo vi inúmeros alunos copiando o meu trabalho. Lógico que a professora ficou aborrecida, mas deu aos demais, notas bem melhores que a minha...
Anos se passaram, fui embora para são Paulo e quando voltei, boa parte daqueles alunos estavam firmados na fé em Jesus; inclusive esta amiga que citei acima. Ela havia casado com um rapaz de mesma turma e ambos, num dia de dificuldades espirituais tremendas, lembraram-se das minhas pregações e foram a uma igreja, abraçaram a fé, e permaneceram durante muito tempo.
Nesta semana quando a encontrei, novamente depois de vários anos sem vê-la; começamos a falar sobre a fé, ela me disse que há anos não sabia o que era igreja, afinal, pra quê igreja?
Minhas respostas para esta pergunta são as seguintes:
Quando você se vê em uma situação conflitante, você perde o sono, a calma, a tranqüilidade?
Você ainda sente a paz que excede a todo o entendimento?
Há dúvidas em você quanto à eternidade, medo da morte?
Você continua a amar e fazer bem ao próximo apesar das circunstâncias?
Você teria coragem de se apresentar hoje a JESUS dizendo que você está certo?
Você consegue dominar suas paixões, suas vontades seus pensamentos sem a presença constante do Espírito Santo de Deus?
O que dizer a respeito desta advertência?
“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.
Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.
Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.
Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente. Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.
Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.
Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.
Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma”. Hebreus 10:25-39
Enquanto eu saí de um processo de ateísmo para a fé no Deus Vivo, observo nestes tempos difíceis, que pessoas por qualquer motivo rejeitam a fé em Cristo e a companhia dos irmãos, na qual podemos consolar e encontrar consolo, pois todos temos em alguns momentos da vida, que vivenciar os dias maus, o vale da sombra da morte, enfim. A igreja nos incomoda quanto as nossas pulsões, é o cajado que nos faz voltar ao aprisco, ver a nossa pequenez, nossa fragilidade, o despertador de nossa consciência.
“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará”. Hebreus 10:36-37
Guardemos pois firmes tais promessas.
Fabrício Ribeiro
Janeiro de 2012
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